Impulsionadas pela explosão do setor imobiliário no país, as indústrias de material de construção já se aproximam do seu limite de produção. Segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Construção (Abramat), após sete meses de estabilidade, o uso da capacidade instalada do setor chegou em setembro a 88% - o patamar mais alto da série, iniciada em agosto de 2008. Para ampliar investimentos, o setor vai propor ao governo uma desoneração permanente de tributos. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nos materiais de construção civil está prevista para terminar no fim deste ano. A Abramat destaca que, há um ano, quando a atividade econômica do país ainda sofria os efeitos da crise internacional, o nível de utilização da capacidade instalada da indústria de material de construção era de 35%. Abramat: desoneração elevaria PIB em R$38 bi Segundo projeção realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), a pedido da Abramat, reduzir impostos como IPI, PIS e Cofins sobre materiais de construção elevaria o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) em 1,3% a partir de 2013, o que representaria uma parcela adicional de R$38,13 bilhões na economia. - Os investimentos em expansão de capacidade estão sendo suficientes para atender ao crescimento da demanda, mas a situação é preocupante. O nível já está alto e se chegar a 91% ou 92% alguns itens pontuais poderão começar a faltar no mercado, como ocorreu no início do ano com o cimento - afirmou o presidente da Abramat, Melvyn Fox. Segundo pesquisa da Abramat, entre 75% e 80% das empresas elevaram suas intenções de investimento para os próximos sete meses. Com os projetos ligados à Copa do Mundo e às Olimpíadas, além de novos financiamentos imobiliários, alongamento de prazos e melhora de renda do trabalhador, o faturamento do setor deve passar de R$96,8 bilhões em 2009 para cerca de R$110 bilhões neste ano. A previsão é chegar a uma receita de R$188 bilhões até 2016. Pelos dados da Abramat, houve crescimento de 16,93% nas vendas internas de materiais de construção durante os primeiros oito meses de 2010, na comparação com o mesmo período em 2009. O resultado das vendas só em agosto foi 9,86% superior ao mesmo mês do ano passado. Fonte: Agencia o Globo