O Portal Sindifern - PS mantén a valorização da mulher auditora durante este mês , alusivo ao Dia Internacional da Mulher - 8 de março. Em entrevista exclusiva ao PS, entrevistamos uma das primeiras representantes da categoria do Fisco estadual, Ana Maria de Farias que também já teve destaque na Assembléia Legislativa do RN como deputada. Vamos descobrir entre outras coisas como é para ela desenvolver uma profissão tão significativa para o desenvolvimento do Estado. Portal Sindifern - Como surgiu a paixão pelo Fisco do RN? AM: A minha vida funcional nasceu na Secretaria de Finanças do Rn, hoje de Tributação, nos meus mais de trinta anos de serviços prestados ao Estado, apenas dez meses foram no antigo Departamento de Pessoal. Em janeiro de 1961, Fui nomeada para o cargo de Oficial Administrativo letra O, aprovada em concurso público, sendo lotada na Secretaria de Finanças. Em 1975, após três anos de conclusão do curso de Direito, fui aprovada em concurso, primeiro lugar, para o cargo de Técnico de Tributos Estaduais Af-8, hoje Auditor Fiscal, na mesma época fui chamada para assumir o cargo de Inspetor do Trabalho do Ministério do Trabalho, para o qual tinha sido aprovada em concurso, mas optei por ficar na área Tributária que era a minha paixão. PS - Qual o diferencial do trabalho feminino nessa área? AM: A mulher é muito disciplinada e cuidadosa no exercício de suas funções, a sua condição feminina permite uma abordagem bem mais participativa, isto possívelmente em decorrência do que ela teve que enfrentar para quebrar estruturas arcaicas que a viam como um ser capaz apenas de tarefas, ditas suaves, como as administrativas. PS - Qual a dica para as mulheres que pretendem ser auditoras? AM: Estudar sempre, mantendo-se atualizada, ter a consciência da importância da função para o desenvolvimento do Estado e do país, zelando pelo seu nome exercendo o seu trabalho com dedicação e dignidade, lembrando que o contribuinte deve ser respeitao e fazendo-se por ele ser respeitada. PS - Como é uma mulher estar à frente da presidência do Sindifern? AM : Na minha visão a mulher a frente de um sindicato, deve posicionar-se como uma dirigente capaz de liderar seus colegas, visando a realização da política social e de classe, sem misturar com a política partidária, pugnando por defender as causas e reivindicações da classe, de quem recebeu o mandato para assim agir, usando sempre o bom senso e o respeito a cidadania. PS - Como você faz pra conciliar a vida profissional com o papel de mãe, esposa, dona de casa? AM: Acho que nasci para o circo, sempre vivi na corda bamba e no trapézio, para atender ao marido, aos filhos, à repartição, estudando, fazendo tarefas domésticas e vivendo. PS - Quais são os seus maiores desafios à frente de uma categoria tão importante? AM: Fui Coordenadora Geral da Secretaria de Tributação, assumindo a função de Secretaria de Tributação nas ausências e impedimentos do Secretário e sempre executei as minhas tarefas com naturalidade, pois nunca dei importância ao que as pessoas achavam de que a mulher não seria capaz de desenvolver as atribuições do fisco, na ótica de alguns retrógados, função para homem. PS - Seu sonho... AM: Que as pessoas evoluam e vejam que homem e mulher são iguais, o diferencial foi dado por Deus para se completarem e que a mulher seja tratada com respeito, digniadade e que acabe a violência que diariamente é praticada contra ela, principalmente a doméstica, prática repulsiva tão antiga, mas infelizmente tão atual. PS - Um momento inesquecível... AM: O nascimento dos meus filhos. PS - Ser Mulher para voce é... AM: É viver a vida em toda a sua plenitude. Amando, trabalhando, lutando por um mundo melhor, mas sem perder a feminilidade e a beleza de ser mulher, dádiva de Deus para junto com o homem construir um mundo melhor, uma sociedade mais justa.