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24/09/2009 03:00
LULA DEFENDE UNIÃO PARA ECONOMIA
Nova York (AE) - Nos debates da Assembleia Geral das Nações Unidas, que representa 192 países, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou a importância de uma ação conjunta, ou “além de fronteiras”, para lidar com os principais temas da agenda econômica mundial e da mudança de clima no globo. “Não tenho a ilusão de que poderemos resolver nossos problemas sozinhos, apenas no espaço nacional. A economia mundial é interdependente. Estamos todos obrigados a atuar além de nossas fronteiras. Por isso, é imprescindível refundar a ordem econômica mundial”, afirmou. O presidente brasileiro citou, em particular, três questões que considera cruciais e interligadas. “A persistência da crise econômica, a ausência de uma governança mundial estável e democrática e os riscos que a mudança climática traz para todos nós”, foram os temas enumerados. Os três temas têm um denominador comum, segundo Lula, e a abordagem deles é a forma para “reparar tantas injustiças e de prevenir novas tragédias coletivas. Não basta remover os escombros do modelo que fracassou, é preciso completar o parto do futuro”, afirmou o presidente. Do lado da economia, nas reuniões do G20 e em outros encontros com diferentes lideranças mundiais, Lula lembrou que tem insistido na “necessidade de irrigar a economia mundial com importantes créditos”. “Tenho defendido a regulação financeira, a generalização de políticas anticíclicas, o fim do protecionismo, o combate aos paraísos fiscais”, completou. Quanto a uma governança estável, o presidente brasileiro disse que “não é possível que, passados 65 anos, o mundo continue a ser regido pelas mesmas normas e valores dominantes quando da conferência de Bretton Woods. Não é possível que as Nações Unidas, e seu Conselho de Segurança, sejam regidos pelos mesmos parâmetros que se seguiram à Segunda Guerra Mundial.” O presidente pondera que o mundo experimenta um período de transição no âmbito internacional e que isto não representa um conflito para as Nações Unidas. “Ao contrário. Poderá ser um fator de revitalização da ONU”, avaliou. Esta mudança que inclui um Conselho de Segurança renovado, aponta Lula, dará condições à ONU para solucionar os conflitos do Oriente Médio, garantindo a coexistência de um Estado Palestino com o Estado de Israel, para enfrentar o terrorismo sem criar estigmas entre etnias e religiões e promovendo o diálogo. O presidente avaliou ainda que, sem vontade política, vão persistir “anacronismos como o embargo à Cuba”. Na arena climática, Lula reiterou o que disse em jantar realizado ontem, na ONU, afirmando que o País “está cumprindo a sua parte. Vamos chegar a Copenhague com alternativas e compromissos precisos”, afirmou. Ele compara que a matriz energética brasileira é uma das mais limpas do planeta, citando que 45% da energia consumida no País é renovável. “País anuncia um 2010 promissor” Lula citou que o Brasil foi um dos últimos a sentir os efeitos da crise e é “um dos primeiros a sair dela”. Durante o discurso nos debates da Organização das Nações Unidas, em Nova York, o presidente afirmou que o País não fez “nenhuma mágica”. “Simplesmente havíamos preservado nosso sistema financeiro do vírus da especulação”, ponderou. O presidente do Brasil, então, reiterou que o País já saiu da breve recessão e apontou que a economia “retomou seu ímpeto e anuncia um 2010 promissor”. Lula acrescentou que “as exportações recuperam seu vigor, o emprego se recompõe de forma extraordinária e o equilíbrio macroeconômico foi preservado sem afetar as conquistas populares”. O presidente acrescentou que o Brasil, e outros países, demonstraram que também é necessário que, nos momentos de crise, os países realizem “audaciosos programas sociais e de desenvolvimento”. Força Luiz Inácio Lula da Silva afirmou para a plateia presente durante a reunião que o Brasil havia reduzido a vulnerabilidade externa, passando da condição de devedor à de credor internacional. “Decidimos, junto com outros países, aportar recursos para que o FMI empreste dinheiro aos países mais pobres sem os condicionamentos inaceitáveis do passado”, ponderou. O presidente brasileiro enumerou que o País desenvolveu políticas anticíclicas antes e depois do agravamento da crise. “Aprofundamos nossos programas sociais, especialmente os de transferência de renda. Aumentamos os salários acima da inflação Estimulamos, por meio de medidas fiscais, o consumo para impedir que se detivesse a roda da economia.” Fonte: Tribuna do Norte.