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06/05/2010 03:00

INCENTIVOS FISCAIS AO CONSUMO AJUDAM INDÚSTRIA

A atividade da indústria se intensificou no primeiro trimestre deste ano, mas a elevação dos indicadores deve ser mais moderada no segundo trimestre, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com os indicadores industriais de março, divulgados ontem (05), em Brasília, todas as variáveis dessazonalizadas cresceram em comparação com fevereiro. A utilização da capacidade instalada (UCI) na indústria brasileira passou de 81,1% em fevereiro para 82,6% em março. O resultado é bem melhor do que o apurado em março do ano passado, de 78,6%. Na média do primeiro trimestre de 2010, mesmo com a retomada mais vigorosa do crescimento econômico, a capacidade instalada ainda está 0,6 ponto percentual abaixo do registrado em setembro de 2008, período pré-crise (83.2%). O faturamento real do setor também cresceu: 4,7% em março comparado a março de 2009. Na comparação com fevereiro/2010, a alta foi de 4,3%. No trimestre, o faturamento real acumula alta de 12% em comparação a igual período de 2009. O total de horas trabalhadas aumentou 10,5%, se comparado a março do ano passado e 2,7% frente a fevereiro/2010. O emprego cresceu 4,7% em relação a março de 2009 e 0,7% em relação a fevereiro/2010. O acumulado no trimestre está positivo em 2,8%. A massa salarial cresceu 5,5% em comparação a março de 2009 e 3,3% no trimestre. O economista chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, considerou atípico o crescimento do primeiro trimestre, por causa do ritmo que se intensificou fortemente ao longo dos últimos meses, com destaque para março. O motivo, segundo ele, foi a procura maior por bens beneficiados por incentivos fiscais, cujos prazos de validade venceram no mês passado. “Nós temos que lembrar que tem uma atipicidade nesse período. Alguns benefícios tributários [como a redução do Imposto sobre Produtos Indistrializados - IPI - para automóveis, eletrodomésticos e móveis] tinham data para terminar e isso ocasionou uma antecipação de consumo por parte das famílias”, disse. Castelo Branco avalia que esse ritmo de crescimento dos indicadores industriais não deve manter a mesma intensidade no segundo trimestre, quando haverá uma natural moderação. Mesmo assim, o setor continuará crescendo, na avaliação dele, sob os efeitos da recuperação da demanda interna, da retomada do crescimento da economia mundial, da expansão do emprego, da melhoria da renda e da reação do investimento doméstico. “Esses fatores permanecem e continuarão alavancando e estimulando o crescimento da economia ao longo de 2010”, informou. Os juros, por enquanto (elevados para 9,5% pelo Banco Central), não afetarão o consumo e a produção no médio prazo, informou Castello Branco. Ele explicou que a elevação das taxas só será percebida só no segundo semestre porque medidas de política monetária levam alguns meses para surtir efeito. Quanto às medidas a serem anunciadas ainda hoje pelo governo para estimular as exportações, o economista disse que há uma grande expectativa do setor, já que o tema vinha sendo discutido com o governo desde a crise. “De fato, os estímulos ao setor exportador são necessários. Até antes da crise, havia uma perda do ritmo das exportações de manufaturados. O problema se acelerou com as dificuldades no mercado internacional”, disse. Fonte: Agência Brasil

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