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06/05/2010 03:00

GOVERNO QUER REVERTER REAJUSTE DOS APOSENTADOS

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta quarta-feira (5) que o governo deve reverter no Senado a proposta aprovada pela Câmara dos Deputados de reajuste de 7,71% para aposentadorias acima de um salário mínimo. Na medida em que a matéria chega no Senado vamos poder fazer um diálogo com os senadores para mostrar a realidade não só da Previdência mas das contas públicas para demonstrar o reajuste que é possível sustentar.(...)Vamos mostrar que o limite é chegar a até 7%. Alexandre Padilha, o ministro de Relações Institucionais Segundo Padilha, "apesar de alguns parlamentares estarem contaminados” pelo clima eleitoral, ministros do governo vão "trabalhar intensamente" no diálogo com senadores para demonstrar que as contas públicas e a Previdência Social só suportam um reajuste de até 7%. “Na medida em que a matéria chega no Senado vamos poder fazer um diálogo com os senadores para mostrar a realidade não só da Previdência mas das contas públicas para demonstrar o reajuste que é possível sustentar. (...) Vamos mostrar que o limite é chegar a até 7%”, afirmou. Padilha sinalizou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve vetar o reajuste de 7,71% se for ratificado pelo Senado, porque, “ao contrário de outros governos”, não vai ser influenciado pela proximidade das eleições. “Não vamos permitir que o clima eleitoral possa provocar qualquer irresponsabilidade. Não vamos repetir o que outros governos já fizeram. O jogo está sendo jogado. Vamos debater com o Senado”, disse. O ministro negou ainda que o governo não tenha controle sobre a atuação da base aliada no Congresso, apesar de nenhuma tentativa de acordo para o reajuste ter sido concretizada na Câmara. “Aquilo que é fundamental pelo governo, a base tem votado. Agora, tem um clima eleitoral que contamina os deputados e senadores.” Lula acha loucura aumento de 7,7% Ao comentar o reajuste de 7,7% aprovado pela Câmara para os aposentados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (5) não enxergar necessidade de “fazer qualquer loucura” para atrapalhar o ciclo de desenvolvimento do país. Evitando polemizar com o Congresso, o presidente disse que iria analisar a proposta aprovada pelos deputados, que também acabou com o fator previdenciário, só depois que a matéria ser analisada pelo Senado. Ao ser questionado se a aprovação do aumento maior do que o proposto – 6,14% – inicialmente pelo governo teria conotações eleitorais, Lula foi direto: “Todo mundo tem apreço pelos aposentados. E no ano eleitoral aumenta o apreço de forma extraordinária.” Lula avaliou que o país “vive um momento excepcional” e não pode cometer “loucuras” que possam atrapalhar seu crescimento. “Não vejo nenhuma necessidade de nesse momento excepcional que o Brasil está vivendo a gente fazer qualquer espécie de loucura em qualquer área, para que a gente atrapalhe o novo ciclo de desenvolvimento do país”, afirmou. “O Brasil levou muitos anos para chegar onde chegou. É um momento virtuoso, é um momento excepcional em que as contas estão acertadas, o crescimento está acontecendo e obviamente que a gente não pode permitir que qualquer coisa, seja a Previdência, seja a política de juros, seja a inflação venha a causar qualquer impossibilidade de o Brasil continuar esse momento excepcional que estamos vivendo”, complementou Lula. O presidente disse que iria conversar com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para analisar a proposta aprovada pelo Legislativo. “Vou discutir com o ministro Guido (Mantega). Vamos tentar ver, porque tudo que nós queremos fazer é melhorar a vida do povo trabalhador desse país. Agora, só é possível melhorar a vida do povo se houver compatibilidade entre a necessidade do reajuste e a receita que nós temos. De forma que, com muita tranquilidade vou conversar com o ministro da Fazenda só depois que o Senado tomar a decisão final”, relatou. O presidente disse que só irá se manifestar sobre um eventual veto depois de conhecer toda a proposta elaborada no Congresso. Mais cedo, no entanto, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, classificou de “decisão demagógica” e “irresponsável” a aprovação do reajuste e o fim do fator previdenciário. Para Bernardo, interesses eleitorais fizeram com que a matéria fosse avalizada pelo Legislativo: “Você simplesmente tomar decisões em um momento de calor, onde as pessoas estão preocupadas com a eleição, estão preocupadas se vão ser reeleitas, se vão conseguir alguns votos a mais, e tomar decisão baseada em princípios demagógicos, eu acho irresponsável, acho errado e nós não deveríamos compactuar com isso.” Bernardo concedeu entrevista ao deixar a cerimônia de lançamento do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Ele admitiu que irá aconselhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a vetar tanto o aumento quanto o fim do fator previdenciário. “Sinceramente, vou levar para o presidente Lula a opinião de que nós deveríamos vetar isso. Vetar os dois (fator e reajuste). O governo deixou claro que nós temos uma preocupação com a sustentabilidade da Previdência”, justificou Bernardo. “O veto é uma decisão impopular. É uma coisa muito complicada. Agora. Nós temos que ter clareza de que a vida não se resume a eleições. Qualquer que seja o governo que venha assumir em 2011, vai ter que enfrentar esse problema. Pode ser a candidata do governo, pode ser o candidato da oposição e tem outra candidata da oposição”, complementou.

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