NOTÍCIAS

Imagem da notícia

27/01/2010 03:00

DÍVIDAS COM CARTÃO BATEM RECORDE

Seja adiando o pagamento para o mês seguinte ou parcelando em prestações a perder de vista, o cartão de crédito torna o consumo possível. Cada vez mais a moeda de plástico vem se consolidando como o meio de pagamento preferido dos brasileiros. Mas, com a comodidade, vem também o descuido. As dívidas com o cartão de crédito cresceram 20% em 2009, segundo dados do Banco Central. Em dezembro, o endividamento através da moeda de plástico acumulou um volume inédito de R$ 26,3 bilhões. O dobro do registrado há três anos, quando já existia um crescimento acelerado no uso do cartão de crédito. No final de 2009, 25% de todo o crédito novo ao consumidor tinha origem no cartão, que desde 2008 já supera as operações com crédito pessoal e o financiamento com desconto em folha. Em volume de recursos movimentados, o cartão só perde para o cheque especial. No entanto, os juros da moeda de plástico superam o que é cobrado em todas essas modalidades. Segundo estudos da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), quando o consumidor paga apenas a parcela mínima do cartão e entra no crédito rotativo, são cobrados juros de 10,7% ao mês. "E há cartões que cobram até mais que isso", afirma Andrew Storfer, presidente da Anefac. Para se ter idéia, a taxa média do cheque especial é de 7,5% ao mês. "Apesar de alguns lojistas darem preferência a outras formas de pagamento como dinheiro ou cheque, por causa das altas taxas cobradas pelas operadoras, o cartão de crédito é cada vez mais utilizado pela pessoa física", analisa Storfer. Quando não se consegue pagar a prestação para quitar apenas a parcela mínima é que começa o problema. Como os juros são altíssimos, a dívida vira uma bola de neve. "O cartão é um meio de pagamento e não uma parte da renda do consumidor", defende o presidente da Anefac. Segundo ele, algumas pessoas perdem o controle dos gastos de uma forma tal que superam a renda disponível. "Muita gente ainda se surpreende quando vê a fatura do cartão de crédito", diz. Segundo ele, o endividamento com o cartão geralmente é causado com gastos supérfluos, como roupas. "São os mais perigosos porque levam à compra por impulso. O consumidor sai para comprar uma peça e acaba levando muitas outras". Longos parcelamentos também complicam a vida financeira. "É comum as pessoas gastarem mais do que deviam porque esqueceram que ainda faltavam duas ou três parcelas da compra daquele eletrodoméstico", diz. Tudo isso pode ser evitado com um método simples: "Basta tomar nota de tudo que se gasta no cartão", diz Storfer. Para ajudar no controle, vale até diminuir o número de cartões ou pedir a redução do limite à operadora do plástico. Caso o consumidor esteja no vermelho por menos de três meses, indica-se pegar um empréstimo no crédito consignado ou pessoal. "Os juros que seriam pagos em um mês no cartão, serão diluídos em três", diz. Após três meses de inadimplência, além do cartão bloqueado, o consumidor terá o nome incluído em cadastros negativos como SPC e Serasa. "Nesse momento, deve-se buscar a operadora do cartão e negociar a dívida para um valor e quantidade de parcelas que esteja dentro do orçamento", aconselha. Controle seus gastos Tome nota de todas as compras realizadas com o plástico. Sabendo quanto se vai pagar, fica mais fácil planejar e evita surpresas desagradáveis ao receber a fatura Fuja do crédito rotativo. Ao pagar apenas a parcela mínima, o consumidor arca com juros de 10,7% ao mês, acima até da taxa média do cheque especial, que é de 7,5% Se está inadimplente por até três meses, vale trocar uma dívida por outra, através de um empréstimo no consignado ou no crédito pessoal que, em média, possuem taxas três vezes menores Caso a dívida seja superior a 90 dias, procure a empresa de cartão para renegociar valores e formas de pagamento. Faça o acordo compatível com a capacidade financeira para quitar a dívida Se há dificuldade em controlar os gastos, cancele alguns cartões ou peça para a operadora reduzir o limite de crédito Fonte: Diário de Natal

REDES SOCIAIS