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24/06/2010 03:00
DÉFICIT DA PREVIDÊNCIA DEVE SE ELEVAR A R$ 47 BI, DIZ MINISTRO
O ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, disse ontem que o reajuste de 7,7% concedido pelo governo aos aposentados pode elevar o déficit anual da Previdência em 2010 para R$ 47 bilhões. De acordo com o ministro, o impacto do reajuste será de até R$ 2 bilhões e que a previsão, até então, era de R$ 45 bilhões. A Previdência Social registrou, em maio, um déficit de R$ 2,589 bilhões. Esse montante é resultado da arrecadação líquida de R$ 16,581 bilhões e de despesas com pagamentos de benefícios de R$ 19,171 bilhões. Em abril, o déficit da Previdência estava em R$ 3,024 bilhões. Em maio de 2009, o resultado deficitário correspondia a R$ 2,885 bilhões. De janeiro a maio, houve um crescimento 5,4% no déficit, para R$ 20,075 bilhões, ante os R$ 19,051 bilhões de mesmo intervalo de 2009. A arrecadação líquida correspondeu a R$ 78,984 bilhões e as despesas com benefícios somaram R$ 99,060 bilhões. De acordo com o ministro, o reajuste retroativo gerou um gasto de R$ 700 milhões referente aos meses de janeiro a junho. Ao todo, haverá um impacto de R$ 1,73 bilhão para as 13 parcelas pagas ao longo do ano. A fixação desses valores considerou o aumento da alíquota do reajuste para 7,72%. No início do ano, porém, o governo previa um déficit anual da Previdência de R$ 50 bilhões. A nova estimativa, que vai considerar o impacto do reajuste, será apresentada em julho. "Nossa necessidade de financiamento (déficit anual) não será maior, como previmos, por força do aumento da arrecadação, do bom momento de crescimento do país e da previsão de aumento do número de empregos até o fim do ano", disse Gabas. Ele ressaltou que a criação de 300 mil empregos por mês em média contribuirá para aumentar a arrecadação do sistema previdenciário. O ministro afirmou que não gostaria de alimentar a discussão sobre quem foi contra ou a favor do reajuste concedido aos aposentados. "Não se trata de apontar quem saiu perdedor ou vitorioso, mas sim olhar o resultado que o reajuste trará para a sociedade." Fonte: Valor Econômico