A arrecadação de tributos da União registrou em junho a oitava queda consecutiva, reflexo do desempenho da economia e das desonerações feitas para estimular a recuperação. O governo arrecadou R$ 54 bilhões no mês passado, um recuo de 7,51% em relação a junho de 2008. A queda teve destaque nos tributos mais ligados às empresas. No semestre, o volume arrecadado (R$ 321,4 bilhões) ficou 7,02% abaixo do verificado na mesmo período de 2008. O coordenador-geral de estudos, previsões e análises da Receita Federal, Marcelo Lettieri, considerou como adequado o ritmo de arrecadação ao longo da primeira metade do ano, dado o quadro de desaquecimento da atividade econômica. Ele tentou minimizar os tombos registrados nas comparações anuais. “Em 2008 tínhamos uma bolha de arrecadação que estourou. Não era sustentável aquele crescimento.” Na comparação mensal, o volume arrecadado em junho ficou 8,04% acima do apurado em maio. A Receita, entretanto, centraliza a análise dos dados na comparação com o ano anterior De acordo com o levantamento, o recolhimento de Cofins e PIS/Pasep caiu 12,96%, e o Imposto de Renda das empresas e a CSLL, contribuição que incide sobre o lucro líquido das companhias, recuou 8,59%. No caso do IPI a queda foi de 34,07%, explicada pelos efeitos de desoneração aplicada para o setor automotivo. As desonerações custaram ao governo cerca de R$ 13 bilhões no primeiro semestre. Lettieri aponta para uma recupação. Segundo ele, dois fatores excepcionais deverão engordar as receitas A oferta pública de ações da VisaNet deve render cerca de R$ 2 bilhões em Imposto de Renda aos cofres entre julho e agosto. Além disso, o pagamento de uma ação que tramitava na Justiça contra o governo deve render outros R$ 500 milhões. Fonte: Tribuna do Norte